quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Aversão ao conformismo

Eu não suporto pessoas que se contentam com tão pouco ou simplesmente com aquilo que já possuem. Mais que isso: eu as repugno!


Pensando pelo lado lógico da vida - uma das excessões -, deveríamos, constantemente, triunfar novas conquistas, aprimorar certas particularidades de nosso caráter/personalidade e de nossa vida, e mudarmos. Sempre! A mudança pode, sim, não ser muito agradável ou atraente para alguns. É evidente que ela é realmente meio incômoda, pois você estará deixando um estado de inércia para percorrer uma passagem à outro estado totalmente novo, desconhecido. Mas a mudança sempre acarretará em algo proveitoso - mesmo que não seja de imediato -, visto que uma experiência errônea nos fornece uma boa bagagem para "tocarmos" a vida adiante, enquanto que uma mudança bem sucedida é... uma mudança bem sucedida.


Todavia, há pessoas que insistem em saborear sempre e cada vez mais determinadas situações já conhecidas de longa data ou hesitam em percorrer o incurável, martirizante e irrevogável caminho da mudança. Por que eu, em sã consciência, iria deixar de lado todo o meu conformismo para me aventurar por águas desconhecidas? Não, não. Estou bem assim, obrigado! Pego-me perguntando o que motiva uma pessoa a agir dessa forma? Seria o medo? Ou seriam paradigmas, "ditaduras" contemporâneas ou outras coisas similares? 


Quem não muda, que se inclina por estacar em uma única coordenada, está simplesmente batendo de frente com a vida, que nos cobra eloquentemente por mudanças rápidas e, de preferência, com um bom êxito - em outras palavras, está indo contra o Sistema. A vida não é nosso bem mais precioso? E as imposições que ela nos faz não devem ser cumpridas de prontidão? Bom... é isso o que pode-se observar nos nossos conturbados dias de hoje. Eu, como bom submisso que sou, faço jus a minha atribuição. Eu mudo. Já mudei, já mudei... calma!


O tempo muda: agora é um segundo, que acabou de se passar, que também já se foi... Tic-Tac. Os dias mudam: hoje é quinta-feira. Amanhã já será outro dia, depois de amanhã outro e assim por diante. Os anos se passam, mudam de 09 para 10, para 11, 12, 13... E a Terra simplesmente seleciona aqueles que melhor se adaptam ao ambiente e suas demandas. Quem não se enquadrar nos eixos da vida, simplesmente sucumbirá. E virão outros, que também sucumbirão, juntamente com a Terra. Mas, enquanto isso, não seria válido ao menos tentar sair do conformismo e ter uma única - ou milhares de - iniciativa(s)?


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Só tem uma coisa que tenho convicção de que não muda nem mudará nesse mundo: minha aversão ao conformismo! 

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

SweetAcid Pain

Há pessoas que não se sentem bem consigo mesmo e vivem com medo de se entregarem à um momento de exílio, de retração com seu próprio âmago. Eu, casualmente, me pego em tais momentos, ora para refletir sobre certas coisas, ora para aprender a me virar sozinho, ora para fugir um pouco da turbulência atmosférica. É saudável pararmos um pouco para pensar sobre desafios/problemas que estão em evidência no nosso cotidiano e, particularmente, não vejo forma melhor de se fazer isso de maneira proveitosa que em um simples momento de "eu contra todos". No fim das contas, nem é tão difícil bater de frente com tudo, todos e, às vezes, você mesmo. Quem sempre sai ganhando é você, que tirará uma pequena ou enorme lição dessa experiência.


Contudo, mesmo que eu usufrua constantemente de experiências desse tipo, insisto, também, em experimentar o gosto do sofrimento, da dor e da discórdia. Deixo a leva que eles tem um doce sabor ácido e suculento, que me seduz e me incita a, cada vez mais, voltar a me render aos seus encantos. A dor não me aflige mais, ou melhor, já me adaptei à ela e somente degusto sua essência, sem mais delongas. É algo banal, mas, também, sublime.


E com essa combinação de "momentos de ostracismo" somados à frenéticas doses de dor, eu vivo na regularidade de uma vida inconsolável e totalmente incoerente, recheada de porções alucinantes de desamores, desilusões e desacertos, com tempêros especiais provenientes do meu pranto. Tudo embalado para a viagem!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Sofro em silêncio

Quando bate a tristeza,
E quando o sentimento de solidão vem à tona,
Eu sofro em silêncio, para não despertar aqueles que descansam;
Ou, então, para não preocupar esses mesmos que me amam.


Acoberto todo o pranto
Por sob o meu manto. 
Abafo cada suspiro
Com um belo sorriso.


A noite chora junto comigo,
Mas eu não ligo para ela 
Finjo que não a conheço, só olho para meu umbigo
Deito na cama, rezo pra Deus e apago a vela.


A vela se apaga, juntamente com meu medo.
Para que tanto desespero?
Uma vela, é só uma vela
Ela acende, ela apaga, e ponto final.
E o amor é exatamente como uma vale.


Mesmo sabendo que minha esperança é vã,
Sigo firme com minha fé.
Meu temor já se tornou constante
Até constitui o meu semblante.


Meu orgulho... 
Ah! Meu fiel escudeiro
"Eu supero sozinho, não se preocupe
Amanhã é um novo dia, apenas me desculpe".


- Shhh! Sofra mais baixo! Não ouse acordar sua coragem.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Rebooting System

Músicas altas: só as melhores e mais deprimentes. Lágrimas comprimidas à uma taxa de 320 kbits.
Melhor qualidade de som, para usufruir do melhor sentimento de dor.

Coração corrompido. São várias as infecções que o afetam e o ameaçam.
Nem mesmo o mais potente e eficiente firewall pode impedí-lo de sofrer uma bela formatação. 


Preciso ativar o meu filtro de phishing para me prevenir contra possíveis worms que queiram acessar o meu conteúdo e que não tenham boas intenções. Já sei! Vou ativar todos os dispositivos existentes para me proteger de novas ameaças. Já me bastam as atuais, que, por sinal, foram movidas para a quarentena.

Que tal fazer um back-up daqueles bons momentos que já vivi? É uma opção.
Pelo menos assim, lá na frente, eu poderia analisar os cookies e rever o histórico daquilo que já [vi]vi-sitei, para não insistir no erro. Ou insistir naquilo que foi bom, pois foram momentos singulares e espontâneos, sem direito à replay.

E criar um ponto de restauração, seria saudável? I'm sure that isn't.
O que passou, passou. A vida continua e... como chama mesmo aquele arquivo que acabei de excluir permanentemente do meu conteúdo?

Atualizando os dados do Sistema Operacional. Por favor, aguarde!

Downloading the additional data system "Love.exe"... Transfer... WARNING: Corrupted files! Try again later. 
                                           
                                              *****

Bem vindo, caro usuário. Deseja fazer um tour pelo conteúdo e descobrir as novidades?

sábado, 25 de setembro de 2010

Quero saber o que é viver

I want to know what LIVE is. Someone can show me?




Olá, caros leitores. As coisas - para variar - voltaram a desandar. Não sei se por consequência da turbulência que sofri recentemente - e que lembro muito bem que ainda vos devo explicações sobre o que foi -, ou por outros N's motivos. 


A minha motivação para tudo, absolutamente TUDO, está precária. Sabe quando você acorda e não sente nem vontade de respirar o ar matinal ou sentir a incidência dos raios solares na tua pele? Então... é assim que eu me sinto. Não sei descrever precisamente o que me ocorre, mas sei que é algo muito complicado e que requererá muito, mas muito esforço para sucumbir.


Acho que essa total desmotivação também está afetando indiretamente a minha autoestima. Não me vejo como antes, como alguém que não desistia fácil das situações e dos problemas, e que mantinha sempre um sorrisão estampado no rosto... inabalável, indefectível. Admito que agora sinto medo. Medo de errar, medo de acertar, de pensar. Medo de viver - principalmente. 


Creio que quando você toma uma daquelas belas sacudidas da vida, ou melhor, um poderoso "tapa na cara" da vida como eu tomei, deva ser típico esse sentimento. Como sou um mero debutante na arte de viver, esse pode ser somente um dos inúmeros "deslizes" que estão por vir. Só peço ao Todo-Poderoso que me conceda forças e sabedoria para dar meus passos e superar meus desafios. Um de cada vez, de preferência.


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Ah... acho que estou sentindo falta de algum(a) amigo(a) onipresente ao meu lado. Afinal, todos aqueles que o faziam, já não cumprem mais com suas "atribuições". Alguém me ampara? Alguém me [re]apresenta aos bons momentos desta existência mundana?

sábado, 18 de setembro de 2010

Avalanche

Olá, caros leitores! Como vão vocês? Eu andei meio sumido por algum tempo, pois essa semana que se passou foi absurdamente conturbada, inusitada, desastrosa, apavorante e tantas outros adjetivos nada bons. Prometo que, assim que tudo realmente estiver caminhando de volta para a normalidade, eu os conto exatamente o que ocorreu.


Mas o fato mais espantoso foi que todos os acontecimentos decidiram desencadear-se de uma só vez, e eles me pegaram justamente na minha fase de vulnerabilidade aguçada, ou, traduzindo, de "polaridade negativa". Sim, eu já vivia num clima de baixo-astral, meio desiludido com algumas coisas e foi aí que Todo o Mal aconteceu (à la A Rainha do Castelo de Ar).


Garanto-lhes que era uma situação totalmente ignorada por mim, antes, e que, disparado, dia 11.09.10 foi o PIOR DIA DA MINHA VIDA! De antemão, vos digo que tudo está se recompondo. FELIZMENTE! E repito: quando tudo se concretizar realmente, eu vos contarei tudo. É que não quero contar com a vitória antes mesmo da batalha ter sido encerrada, sabem?


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E quando eu digo que "tudo" foi por água abaixo, eu quero dizer isso no sentido literal da palavra. Até aquela "faísca" de esperança referente às chances de manter acesa a "chama" de eros se apagou. Puff! Escafedeu-se! 


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O lado bom de tudo - ou pelo menos o lado bom -, é que, essa semana, eu terei uma entrevista para uma vaga de emprego. E é justamente para atuar na área que eu estudo. Maravilha! Que Deus me abençoe e me conceda essa grande oportunidade para rumar ao sucesso - ou pelo menos o meu sucesso.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Interagir: o retorno

E não é que novamente eu me vi conhecendo melhor outra pessoa?! Pois é, galera. A vida é repleta de surpresas e quanto mais eu sigo em frente, mais me impressiono.


Dessa vez, eu "conheci" alguém que era praticamente desconhecido para mim. Essa pessoa é o Bruno, um companheiro de sala da faculdade, e que, consequentemente, eu conheci esse ano. Nós já havíamos conversado bastante em momentos anteriores e eu já o considerava um cara bastante inteligente e muito interessante para se dialogar.


Ontem houve a Assembleia de Professores na universidade, e como o pessoal ama de coração ir à aula, ontem não apareceu quase nenhuma alma viva naquela escola. Eu já imaginava mesmo que não iriam muitos alunos ontem. Eu mesmo fui só porque precisava devolver alguns livros na biblioteca, pegar outros e, à pedido do Bruno, explicar-lhe uma matéria que ele perdeu por ter passado por uma cirurgia na semana passada.


Nos encontramos na biblioteca para fazermos aquilo que havíamos combinado. Tudo correu muito bem, eu consegui explicar fielmente aquilo que o professor de economia nos havia ensinado e ele entendeu bem a matéria. Depois da explicação, ele me pediu o caderno emprestado para poder copiar aquele conteúdo e, enquanto ele copiava, ficamos conversando sobre diversos assuntos.


Não acho muito sadio entrar em detalhes sobre o que falamos, pois algumas temáticas são um tanto polêmicas e podem não agradar a todos que venham a ler esse post. Mas, resumidamente, as lições que eu tirei dessa experiência foram: 

  • Quando conhecemos as outras pessoas melhor, com certeza, também fazemos um aprimoramento daquilo que consideramos sobre nós mesmos, pois ao dizer aquilo que você pensa  e ouvir ao outro também, você pode confrontar suas opiniões sobre determinados assuntos com a do seu interlocutor e, principalmente, ouvir o que ele pensa sobre as coisas e sobre você. Sim, por que não? Não há uma forma melhor de se conhecer do que ouvir o que os outros pensam de ti, o que você transmite do seu jeito de ser para o mundo. E o autoconhecimento é muito, muito importante para o desenvolvimento do ser humano. 
  • A vida não deve ser levada tão a sério como o fazemos. É evidente que aqueles que mais se preocupam com tudo - absolutamente tudo, até os mínimos detalhes -, acabam vivendo infelizes ou estressados. Ou melhor, eles não vivem, apenas fazem uma existência repleta de preocupações, angústias, sofrimentos, etc. Porém, há uma enorme diferença entre relevar certas coisas e ignorá-las completamente. Não é nada aconselhável que vivamos uma vida de total "liberdade" e sem restrições. O que eu penso é que podemos, sim, nos poupar de tanta "burocracia" quando se trata de viver. Basta sabermos apreciar aquilo que a vida nos proporciona de bom e que nos farão realmente felizes, enquanto que as complicações, os obstáculos que aparecerem... bom, eles são apenas obstáculos e não é tão difícil superá-los, não.  

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Vulnerável

Queria ser só um pouquinho mais forte. Mais forte para não ceder tão fácil aos encantos ao qual sou submetido; aos sentimentos que eu tento reprimir mas para qual sempre acabo cedendo; ao sorriso enviesado que é direcionado à mim; e, também, ao olhar penetrante que entra na minha alma e me manipula completamente como se eu fosse uma marionete. 


Tão pouco já é o bastante para me fazer voltar atrás com a minha palavra, com a minha convicção. Uma expressão de afeto já me deixa abalado, me deixa saciado. Às vezes, o que mais eu quero é sentir teu cheiro; unir tua alma à minha, fazendo-as somente uma. Um abraço, por si só, garante meu conforto. Uma palavra proferida já me deixa radiante. Pensar em você supre todo o oxigênio que necessito para respirar. 


Só quero te amar.
Só quero ser feliz. Ao teu lado, claro.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Opostos não se atraem

Controvérsia
(Eric Felipe)

Há pessoas que precisam de muito para viver
Há aqueles que se contentam (ou simplesmente sobrevivem) com aquilo que lhes convém;
Tem também aqueles que dão valor para as mais diversas superfluidades 
Muitos, todavia, não tem sequer a esperança para pode seguir em frente, mas mesmo assim, rumam adiante.

Alguns não sabem o que realmente precisam para viver
Outros são convictos e lutam por seus ideais;
Há aqueles que sonham alto e acreditam que podem conseguir o que desejam
Enquanto, também, existem vários que desejam simplesmente ter o que sonhar.

Muitos constroem
Alguns destroem;
Poucos ajudam
Muitos precisam de ajuda.

Uns consideram somente um abraço como algo necessário para confortar-se 
Já outros, acham que o abraço não passa de uma mera formalidade para se obter outras coisas;
Ouvir o que o coração diz, para alguns, é algo imprescindível
Mas há os que não sabem nem o que é ouvir.

Há quem machuca
Assim como também há quem é dilacerado;
Um ama
O outro "deixa rolar".


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Não importa o quanto tudo isso ou aquilo seja questionado, analisado, contestado e tantos outros "ados". Na vida tudo tem um yin e um yang; tem luz e treva; bem ou mal; alto e baixo. A dualidade estará em tudo aquilo que você pensar, em tudo aquilo que fizer, planejar, questionar... em tudo o que você for vivenciar. Isso é inegável, incontestável, irreparável.
E, também, é inadmissível. Para poucos. 


Esses poucos sonham.
Eles vivem.
Ouvem.
Lutam.
Amparam.
Questionam.
Esperam.
Superam.
Sentem.
Sofrem.
Continuam.
E eles amam. Acima de tudo.


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O que você escolheu para ser?

domingo, 5 de setembro de 2010

Eterno enquanto se faz lembrança

Sabe aqueles momentos singulares na nossa vida? Aqueles que, com certeza, nunca serão apagados na sua lembrança? Pois então, acabo de vivenciar um desses momentos. O mais incrível é que quem me proporcionou isto é exatamente uma das pessoas que eu nunca cogitei de que fosse fazê-lo, mas que eu sempre torci para que o fizesse. 
Vivendo e se surpreendendo.


Foi o "eu te amo" mais perfeito de todos que já ouvi. Pode não ter sido o mais apaixonado, mas que foi o mais inusitado, isso foi, sim. E o que eu faço?: Me iludo, Confio ou Hesito? Que tal as três situações? Adoro pluralidade.

sábado, 4 de setembro de 2010

Covardia

Não sei quanto à vocês, mas não me simpatizo com pessoas que não assumem seus atos. Ou melhor, eu as repugno! Como proceder quando a pessoa que faz isso - se for ver por outro lado, não faz - é ninguém mais, ninguém menos que seu próprio pai? Garanto que é um tanto complicado, principalmente se você é o único que ainda confiava nele.


Acontece que meu pai se mudou para Santa Catarina, em busca de algum emprego melhor, e que, segundo ele próprio, já era quase que garantido por um primo dele. Dois meses se passaram, ele não deu nenhum sinal de vida, nem mesmo um telefonema... nada. Não deixou sequer um contato para nos comunicarmos, ou seja, vida nova, sem filhos "bastardos".

Eu nunca guardei rancor por meu pai ou o culpei por ele não ter assumido a gravidez da minha mãe, de gêmeos (eu e meu irmão), apesar de achar isso um tanto quanto imaturo da parte dele. Tudo bem, ele, assim como minha mãe, eram jovens quando aconteceu, e é até compreensível o medo dele. Minha mãe, por sua vez, desempenhou, e muito bem, o papel de mãe-pai. Ela sempre quis ser mãe solteira, e não teve muitos problemas para nos criar, pois sempre contou com a ajuda de minha tia, minha avó e do meu avô.

É claro que ela iria tomar suas atitudes para com ele. Logo quando nascemos, ela nem sequer nos registrou com o nome do meu pai. Depois de uma briga judicial, ele conseguiu com que ela fizesse isso, mas também conseguiu obter para si a obrigação de nos pagar pensão alimentícia. Olho por olho, dente por dente.

Os anos se passaram, eu e meu irmão sempre mantivemos contato com meu pai depois que já tínhamos uns 4 ou 5 anos de idade; ele nos buscava para ir à sua casa aos finais de semana. Depois, quando já estávamos um pouco maiores (lá pelos 11 anos de idade), nós mesmos já íamos até lá de ônibus ou ele mesmo continuava nos buscando. Quando já havíamos entrado na adolescência, fomos para o Paraná, na casa de nossos avós, pela primeira vez. Nos anos que sucederam fomos diversas vezes com ele, todo término de ano. Por volta dos nossos 16 anos, esse contato foi se perdendo, ainda mais por parte do meu irmão, que sentia muito a ausência do meu pai e o odiava por isso; mas também por começarmos a estudar e trabalhar ou coisas do gênero.

Eu sempre conduzi tranquilamente essa situação de não ter um pai presente, apesar de também sentir falta. Mas ao contrário do meu irmão - não que ele não faça isso, o que eu acho improvável - eu sempre o amei, e sempre confiei no nele, e até o admirei. Eu vejo que ele nos ama muito, e deve se sentir um tanto culpado por não ter acompanhado nosso crescimento. Mesmo assim, eu ainda apostava minhas fichas nele. Já chorei por falta dele, já procurei em outras pessoas me espelhar no pai que não tive, confesso. Mas sei que eu tive uma mãe que se empenhou arduamente para sempre nos conceder o melhor, e, repito, fez isso incontestavelmente bem.

Como esse ano eu completei meus 18 anos, meu pai teoricamente não precisaria mais nos pagar a pensão alimentícia. Mas eu entrei na faculdade, o que o obriga a mantê-la por pelo menos até a minha conclusão. Como meu irmão parou de estudar, o único beneficiado era eu. Eu usufruia da pensão para poder pagar o transporte para a faculdade, que é em outra cidade. Ele pagou corretamente até o último mês (agosto). Aí, então, veio a surpresa de que ele não estava mais cumprindo com seu dever, e o pior prejudicado nessa história sou eu. Só não terei que trancar a minha matrícula na faculdade porque minha mãe vai fazer um esforço para continuar pagando o meu transporte, senão, eu já poderia me contentar com o "nada".

Assim, eu não ligo para o dinheiro dele. Pouco me importo se ele vai ou não pagar a maldita pensão dele, mas o que me deixa furioso é o fato de que ele firmou um acordo de que ajudaria e, mais uma vez, tirou o seu time de campo. Como uma pessoa pode ser tão sem palavra, tão sem escrúpulos assim? Seja homem de cumprir com suas obrigações, poxa! Se não se acha capaz de fazê-lo, então nem se disponha a isso. Agora, também, vou agir ao mesmo nível dele, esquecendo-o completamente e vivendo como se eu nunca tivesse tido um pai.
E não tive mesmo.

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Mais uma vez o meu mundo será salvo pela minha Super-Mãe. Ela que é mais "homem" que determinados outros aí que se dizem ser um. Só dizem.