segunda-feira, 28 de março de 2011

Defeitos: desfeitos!

Dizem por aí que muitas pessoas tem dificuldades em apontar ou assumir aspectos negativos sobre sua própria pessoa (defeitos), e que quando isso é feito, involuntariamente - instinto de sobrevivência mesmo, relaxa! - essas particularidades meio "sombrias" são contornadas, maquiadas por um "mas eu já fui pior" ou "não é tão grave assim" - qual é o antônimo de hipérbole mesmo?


Eu acho muito mais simples a quebra de paradigmas, de assumir, sim, nossos defeitos. É tão mais... nobre! É, mostra que você é uma pessoa que não vive somente de orgulho ou ortodoxia. Aponta a sabedoria de que você ao menos pensa e tenta enumerar suas qualificações, que você se preocupa com aquilo que passa para o outro; afinal, há teorias que pregam a tese de sermos uma infinidade de "eu's", no mínimo uns três...


Por isso, não sinta-se inferior por declarar mesmo que silenciosamente, só para você, que realmente, você foi rude com aquela resposta ao teu amigo. Que sua teimosia poderia ter lhe proporcionado algo diferente, uma fuga da normalidade, por exemplo. Que o seu conformismo não é algo saudável. Que o seu egoísmo não é apenas uma questão instintiva, inata a ti. Porque se você parar para pensar um pouco mais, tenho certeza, você chegará a conclusão que não é nenhum estranho que vive em um mundo paralelo. Descobrirá que a vida se torna muito mais fácil quando a mudança que queremos ver no mundo só pode acontecer quando isso for realizado dentro de nós. Que seus defeitos não passam de detalhes comparados as tolices que realmente machucam e destroem. E descobrirá que todo mundo erra... E o que é a vida senão uma obra estruturada por erros, que servem de alicerce para a próxima etapa de cada processo da obra e também servem como exemplo para não acontecerem novamente, pois isso só torna a construção mais cansativa.


Tenho certeza que a sua mudança pode vir a ser a esperança ou a força que alguém pode se apoiar no futuro... quem sabe até no presente!

domingo, 27 de março de 2011

Conhecer

Para desenvolver esse texto, vou me basear em alguns "conceitos" tomados pela maioria (senso-comum) para tentar estabelecer uma linha de raciocínio que vai justamente contra isso: a decisão por esse senso "bruto". Logo, fica claro que não compactuo com a prática, mas a utilizarei em alguns momentos para argumentar...


Reflita por um momento: qual um dos principais aspectos que você já identificou como fator culminante para que a nossa sociedade chegasse ao ponto que está, da adoração à superficialidade? Será esse o próprio fato que costumamos, antes de qualquer análise melhor embasada, tirar um conceito, uma impressão instantânea para tentar estabelecer uma linha de pensamento ou usar como ponto de referência para análises futuras. Esta ação em si não seria algo ruim, mas entenda que a ação por si só não basta, é preciso mais: ela somente é para nós, como eu já disse, um ponto de referência, algo que possibilita novas concepções ou mesmo uma conclusão.


Muitos são os que se satisfazem com a rápida "batida de olho" e, pior, acham-se no direito - ou dever - de julgar a situação/pessoa através disso. E eles defendem incansavelmente suas posições, sem mesmo pensar na possibilidade de conhecer a fundo a temática. O que estes fazem são apenas tentativas desesperadas de convencer alguém que isso ou aquilo não é bom, ou que pode ser bom, mas tem lá as suas desvantagens ou deficiências, não considerando que o próprio conceito de "bom" e "ruim" é repleto de subjetividade. Eu sempre me pergunto: qual o benefício que a pessoa adquire agindo assim? 


Mas eu até entendo quem costuma adotar essa filosofia. O conhecimento é algo muito chato mesmo, cansativo... Não tem muita graça, sem muito encanto, pouco útil na nossa vida, nos meios de interação social. O conhecimento não passa de uma convenção muito idolatrada por alguns imbecis que não tem com o que se preocupar e tentam vender a ideia de que ele enaltece e transforma o homem e o ambiente onde ele vive. Bobeira! Quem é louco de preferir se engajar no processo de mudança de conceitos, de diferenciação sensitiva quanto isso ou aquilo, de readaptação? O conforto e a estabilidade de uma vida constante, sem muitas mutações é muito mais saboroso!


Contudo, eu desafio quem pensa dessa forma com uma simples questão: até quando essa inadimplência com o processo natural da vida, de querer burlar o desenvolvimento e a evolução vai funcionar? Quantas paredes você ainda acha que é capaz de se esbarrar sem fazer um corte mais profundo em sua carne? (Entenda "carne" como todo o ser que tu idealizas que és). Onde você acha que vai chegar se fechando em arrogância? Eu sei onde... no desgosto da descoberta que o mundo que você tanto idealizou não passava de uma ilusão, e que essa era limitada. 


Agora pense, deixe-se questionar sobre uma questão aleatória e tente definir sua posição à ela. E responda: baseado em que você decidiu isso? Quais são seus motivos? Qual a sua chance de estar errado? Essa prática nos favorece muito quando queremos evitar cair no círculo vicioso do julgamento sem conhecimento - vulgo preconceito.


Acredito que não tenho uma razão para estar questionando tudo isso, nem ninguém a quem eu possa estar me "armando" para uma batalha. Só estou meio cansado de ver tantas injustiças por aí - senão todas - iniciadas justamente por atitudes nutridas por um falso "ceticismo". E estou aberto a críticas, pois só assim terei conhecimento da veracidade de minha concepção sobre justiça!

quinta-feira, 24 de março de 2011

Águas de Março

Escolhas: essa é a palavra que pode definir fielmente esse mês do ano de 2011! Caminhos para seguir, atalhos para tornar este menos tortuoso... 


Tudo foi colocado em cheque e analisado de maneira minuciosa e até cansativa [repetitiva, melindrosa, impulsiva, complexiva]. São tantas bifurcações reincidentes e tantas outras estreantes, mas que contemplam - em sua maioria - as mesmas razões ou intenções - creio que sempre se fará dessa forma. 


Por que, então, querer martelar mais uma vez nessa tecla tão gasta, trazer à tona esse clichê tão óbvio... Por que questionar todas as decisões? Qual o benefício que isso me (nos) traz? A resposta pode sucintamente se resumir em confirmação! Indicação de quais efeitos incidirão sobre esses caminhos eleitos, quais serão as tão temidas consequências ou como enfrentá-las. 


Importante para mim somente é a certeza de que todas tem apenas um rumo - irreversível, por sinal. São como as águas de uma nascente, que brotam do improvável e convertem-se em esperança. E que, como flecha lançada, não se incomodam em olhar para trás e redimirem-se por ter ferido alguém, mesmo quando não era essa a intenção!


E como esse mês de março foi cinza e úmido para mim... 

terça-feira, 8 de março de 2011

Medo

No ensurdecedor silêncio da noite, na obscuridade dos teus pensamentos, consegues apascentar tua alma e domar teus demônios, mantendo-se insolúvel para qualquer rumor ou insulto por parte deles?
Ou somente extrai do labirinto de sua alma, que tem em suas espessas e enormes paredes um potente revestimento de espinhos, a dor e o sofrimento, pois não consegue nunca achar uma saída para suas angústias, asfixiando-se muitas vezes em suas ácidas lágrimas?


Eu digo que apenas penso em querer fugir desse meu algoz, pois só vivo com ele ao meu lado, cochichando algumas palavras engraçadas e sombrias para me iludir e confundir. E mais: nem sei mais em que pensar, no que acreditar, em que confiar ou em como posso superar isso. Isso tudo pode parecer muito hiperbólico, mas não há adjetivo que seja capaz de atribuir efeito ou intensidade a meu medo. Estou morrendo de medo de não saber para onde correr, sendo que meus pés já estão cansados de tanto percorrer a mesma rota circular e infinita.