terça-feira, 14 de junho de 2011

In-Definido

Às vezes buscamos tanto uma certeza a qual confiar piamente, que acabamos nos esquecendo que certezas quase inexistem. Eu costumo chamar a "descoberta" dessa certeza da incerteza de confusão. Não soa confuso mesmo?

Contudo, nem sempre nos afogamos em confusão por convicção, como nem sempre estamos certos ao dizer que não estamos. Acho que devo começar a falar em primeira pessoa, pois estou me sentindo incomodado por supor tanto em "nosso" nome - vulgo "imposição"!

A hesitação pode aparecer em um momento de pressão ou de pura adrenalina. Ou de irracionalidade mesmo! Quando me isolo em meus devaneios, fico atônito e perdido com tantos caminhos ao qual posso escolher ou, simplesmente, fazê-los existir em minha realidade imaginária. Perco-me até mesmo nas "linhas" desse mundo virtual...
Partindo para o meu lado conceitual, entrando novamente em suposições, costumo separar a confusão em boa ou má. A boa, chamo de sonho, platonismo, e a má, de ilusão. A primeira categoria tem toda uma magia vinculada a si, mas um dia ela acaba. Se não, se torna algo meio feio, disforme... Logo, essa brincadeira de "perder-se" e "achar-se" se esbarra em algo complexo, que acaba chegando a conclusões muito equivocadas. Não bastasse isso, ela ainda te aprisiona. 

Mas... até quando? Até você perder a vontade de sorrir, de querer fazer parte do elenco do grande espetáculo que é a sua trágica vida? Ou, indo à extremos, de achar graça em tudo, se omitindo, mascarando o "impossível" como "seu". Quando o fim já se apresentava no começo, que agora se tornou uma difícil decisão, que te deixa em indecisão. Quando as cores, as tão poucas cores que restaram, são como raios que torturam sua retina. E qual a saída? Viver a sua vida cretina, sem fugir muito à rotina, criando versos medíocres para terminar um texto. 

Um texto indeciso, por sinal!



segunda-feira, 28 de março de 2011

Defeitos: desfeitos!

Dizem por aí que muitas pessoas tem dificuldades em apontar ou assumir aspectos negativos sobre sua própria pessoa (defeitos), e que quando isso é feito, involuntariamente - instinto de sobrevivência mesmo, relaxa! - essas particularidades meio "sombrias" são contornadas, maquiadas por um "mas eu já fui pior" ou "não é tão grave assim" - qual é o antônimo de hipérbole mesmo?


Eu acho muito mais simples a quebra de paradigmas, de assumir, sim, nossos defeitos. É tão mais... nobre! É, mostra que você é uma pessoa que não vive somente de orgulho ou ortodoxia. Aponta a sabedoria de que você ao menos pensa e tenta enumerar suas qualificações, que você se preocupa com aquilo que passa para o outro; afinal, há teorias que pregam a tese de sermos uma infinidade de "eu's", no mínimo uns três...


Por isso, não sinta-se inferior por declarar mesmo que silenciosamente, só para você, que realmente, você foi rude com aquela resposta ao teu amigo. Que sua teimosia poderia ter lhe proporcionado algo diferente, uma fuga da normalidade, por exemplo. Que o seu conformismo não é algo saudável. Que o seu egoísmo não é apenas uma questão instintiva, inata a ti. Porque se você parar para pensar um pouco mais, tenho certeza, você chegará a conclusão que não é nenhum estranho que vive em um mundo paralelo. Descobrirá que a vida se torna muito mais fácil quando a mudança que queremos ver no mundo só pode acontecer quando isso for realizado dentro de nós. Que seus defeitos não passam de detalhes comparados as tolices que realmente machucam e destroem. E descobrirá que todo mundo erra... E o que é a vida senão uma obra estruturada por erros, que servem de alicerce para a próxima etapa de cada processo da obra e também servem como exemplo para não acontecerem novamente, pois isso só torna a construção mais cansativa.


Tenho certeza que a sua mudança pode vir a ser a esperança ou a força que alguém pode se apoiar no futuro... quem sabe até no presente!

domingo, 27 de março de 2011

Conhecer

Para desenvolver esse texto, vou me basear em alguns "conceitos" tomados pela maioria (senso-comum) para tentar estabelecer uma linha de raciocínio que vai justamente contra isso: a decisão por esse senso "bruto". Logo, fica claro que não compactuo com a prática, mas a utilizarei em alguns momentos para argumentar...


Reflita por um momento: qual um dos principais aspectos que você já identificou como fator culminante para que a nossa sociedade chegasse ao ponto que está, da adoração à superficialidade? Será esse o próprio fato que costumamos, antes de qualquer análise melhor embasada, tirar um conceito, uma impressão instantânea para tentar estabelecer uma linha de pensamento ou usar como ponto de referência para análises futuras. Esta ação em si não seria algo ruim, mas entenda que a ação por si só não basta, é preciso mais: ela somente é para nós, como eu já disse, um ponto de referência, algo que possibilita novas concepções ou mesmo uma conclusão.


Muitos são os que se satisfazem com a rápida "batida de olho" e, pior, acham-se no direito - ou dever - de julgar a situação/pessoa através disso. E eles defendem incansavelmente suas posições, sem mesmo pensar na possibilidade de conhecer a fundo a temática. O que estes fazem são apenas tentativas desesperadas de convencer alguém que isso ou aquilo não é bom, ou que pode ser bom, mas tem lá as suas desvantagens ou deficiências, não considerando que o próprio conceito de "bom" e "ruim" é repleto de subjetividade. Eu sempre me pergunto: qual o benefício que a pessoa adquire agindo assim? 


Mas eu até entendo quem costuma adotar essa filosofia. O conhecimento é algo muito chato mesmo, cansativo... Não tem muita graça, sem muito encanto, pouco útil na nossa vida, nos meios de interação social. O conhecimento não passa de uma convenção muito idolatrada por alguns imbecis que não tem com o que se preocupar e tentam vender a ideia de que ele enaltece e transforma o homem e o ambiente onde ele vive. Bobeira! Quem é louco de preferir se engajar no processo de mudança de conceitos, de diferenciação sensitiva quanto isso ou aquilo, de readaptação? O conforto e a estabilidade de uma vida constante, sem muitas mutações é muito mais saboroso!


Contudo, eu desafio quem pensa dessa forma com uma simples questão: até quando essa inadimplência com o processo natural da vida, de querer burlar o desenvolvimento e a evolução vai funcionar? Quantas paredes você ainda acha que é capaz de se esbarrar sem fazer um corte mais profundo em sua carne? (Entenda "carne" como todo o ser que tu idealizas que és). Onde você acha que vai chegar se fechando em arrogância? Eu sei onde... no desgosto da descoberta que o mundo que você tanto idealizou não passava de uma ilusão, e que essa era limitada. 


Agora pense, deixe-se questionar sobre uma questão aleatória e tente definir sua posição à ela. E responda: baseado em que você decidiu isso? Quais são seus motivos? Qual a sua chance de estar errado? Essa prática nos favorece muito quando queremos evitar cair no círculo vicioso do julgamento sem conhecimento - vulgo preconceito.


Acredito que não tenho uma razão para estar questionando tudo isso, nem ninguém a quem eu possa estar me "armando" para uma batalha. Só estou meio cansado de ver tantas injustiças por aí - senão todas - iniciadas justamente por atitudes nutridas por um falso "ceticismo". E estou aberto a críticas, pois só assim terei conhecimento da veracidade de minha concepção sobre justiça!

quinta-feira, 24 de março de 2011

Águas de Março

Escolhas: essa é a palavra que pode definir fielmente esse mês do ano de 2011! Caminhos para seguir, atalhos para tornar este menos tortuoso... 


Tudo foi colocado em cheque e analisado de maneira minuciosa e até cansativa [repetitiva, melindrosa, impulsiva, complexiva]. São tantas bifurcações reincidentes e tantas outras estreantes, mas que contemplam - em sua maioria - as mesmas razões ou intenções - creio que sempre se fará dessa forma. 


Por que, então, querer martelar mais uma vez nessa tecla tão gasta, trazer à tona esse clichê tão óbvio... Por que questionar todas as decisões? Qual o benefício que isso me (nos) traz? A resposta pode sucintamente se resumir em confirmação! Indicação de quais efeitos incidirão sobre esses caminhos eleitos, quais serão as tão temidas consequências ou como enfrentá-las. 


Importante para mim somente é a certeza de que todas tem apenas um rumo - irreversível, por sinal. São como as águas de uma nascente, que brotam do improvável e convertem-se em esperança. E que, como flecha lançada, não se incomodam em olhar para trás e redimirem-se por ter ferido alguém, mesmo quando não era essa a intenção!


E como esse mês de março foi cinza e úmido para mim... 

terça-feira, 8 de março de 2011

Medo

No ensurdecedor silêncio da noite, na obscuridade dos teus pensamentos, consegues apascentar tua alma e domar teus demônios, mantendo-se insolúvel para qualquer rumor ou insulto por parte deles?
Ou somente extrai do labirinto de sua alma, que tem em suas espessas e enormes paredes um potente revestimento de espinhos, a dor e o sofrimento, pois não consegue nunca achar uma saída para suas angústias, asfixiando-se muitas vezes em suas ácidas lágrimas?


Eu digo que apenas penso em querer fugir desse meu algoz, pois só vivo com ele ao meu lado, cochichando algumas palavras engraçadas e sombrias para me iludir e confundir. E mais: nem sei mais em que pensar, no que acreditar, em que confiar ou em como posso superar isso. Isso tudo pode parecer muito hiperbólico, mas não há adjetivo que seja capaz de atribuir efeito ou intensidade a meu medo. Estou morrendo de medo de não saber para onde correr, sendo que meus pés já estão cansados de tanto percorrer a mesma rota circular e infinita.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

I'm so sorry

Um sentimento de desapontamento comigo mesmo: é isso o que vem me tomando nos últimos dias. Incapacidade de me perdoar por decisões necessárias que tomei, medo de enfrentar o "novo" ou simplesmente um momento daqueles bem conhecidos?


Agir talvez não fosse bem o que meus tão mirabolantes planos desejavam verdadeiramente. Não descartei a possibilidade de continuar sonhando e vivendo em um mundo paralelo por mais algum tempo... Mas até quando? Até o momento que eu descobrisse que o chão que meus pés supostamente se firmavam simplesmente nunca estivera ali? Ou quando os espinhos das paredes do labirinto que criei dentro de mim para viver da ilusão começassem a saquear meu sangue?


Opto, então, por minha morte. Uma de muitas outras. Que, como essas mesmas, sempre tem uma ressureição, mesmo que das mais tímidas. Grandes conquistas necessitam de pequenas atitudes para se confirmarem. Meu caminho é esse. E não quero ninguém ao meu lado que só me traga a infelicidade ou uma vida em cárcere. Me desculpe!

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Terceiro


Whoa! Mais um selinho! 
Dessa vez, fui indicado pelo Três Egos. Fico muito honrado, mesmo, por mais esse presente! Ainda mais, vindo dele, tão fascinante que é, e que me encanta desde a primeira bisbilhotada no seu blog. Só fico com uma questão na cabeça: como é o nome do mentor do Apolo, do Hermes e do Eros? Quem apoiaria uma mobilização aqui na Blogsfera para desvendarmos esse enigma?  Sou super a favor! rsrs

O selinho possui apenas duas regras:

1ª) Repassar o selo a 15 blogs e avisá-los: A primeira regra eu, infelizmente, vou infringir. Indico para todos! Afinal, cada blog tem sua magia e toca ou sensibiliza cada um de alguma forma, então é difícil tentar recomendar aqueles que possam agradar a todos.

2ª) Responder as perguntas:

- Nome: Eric Felipe. Mais Eric do que Felipe! 

- Uma música: "Whataya want from me", by Adam Lambert. Sei que não é preciso justificar a escolha, mas ele é o meu abrigo no momento. Sempre que preciso de uma música triste, que me faça pensar em coisas e pessoas, nos mais diversos estados temperamentais, é a ele que recorro. 

- Humor: Instável.

- Uma cor: Vermelho.

- Uma estação: Inverno! As pessoas ficam mais bonitas nessa época.

- Como prefere viajar: Nos meus pensamentos! rsrs Eu sei que não era essa a pergunta... eu prefiro que seja de ônibus, é mais confortável, e é possível nos retrairmos em nosso casulo pessoal.

- Um seriado: House.

- Frase/palavra mais dita: "FATO!"

- O que achou do selo: Bem bacana e diferente, gostei!

Um coração

Eu soube desde o primeiro instante que pude te descobrir, lendo em suas linhas não apenas umas frases decoradas e maquiadas com algum sentimento bonito ou louvável, que tu, sim, sabia de alguma forma o que era sentir. Lembro de ter cochichado interiormente com meu pressentimento e decidido, prontamente, nutrir por ti uma admiração, elegê-la como um exemplo que me fazia bem.


Me enganei. Com o tempo, você surgiu como alguém realmente fantástico. Sublime, como algumas vezes ousei te definir, sabendo no fundo que tentar te definir seria algo realmente falho. Dizem que o amor é indescritível. Sim, para mim, você vive amor, sonha amor, exala amor, escreve amor. Vejo-a como um coração que distribui para todo um corpo, um sistema meticulosamente complexo, toda a esperança de manter-se ativo. Podem dizer que sou um paranóico, que fantasio demais e superestimo tudo. Desculpe, essa só é uma forma desesperada que eu encontrei de tentar viver de forma honesta, levando em conta não só aquilo que as esferas oculares podem projetar, mas o que o coração consegue traduzir.


Sinto como se isso tudo fosse um sonho, daqueles melhores, que mais parecem um conto de fadas elevados a enésima potência. Um sonho que nunca pensei que fosse possível ter, muito menos se realizar. Melhor ainda quando esse é que lutara para tornar-se ainda mais concreto. Ali, na esperança de tentar entender um turbilhão de gritos que se aprisionavam em uma alma, já cansada e amedrontada, tu surgiste. Calorosa. Fraterna. Amando...


Seguro de que havia encontrado a minha decisão, mas temeroso pelas consequências que a mesma pode trazer, tu me amparou, indicou qual direção seguir, em que confiar. Me ensinou que nem mesmo a distância impede a mudança, a proximidade entre o ser e o pensar, e a possibilidade de abraçar um filho que nunca vistes, mas que ama sem perguntar o por quê de ter surgido em sua vida.


Contigo estou aprendendo que a felicidade é a única e mais importante conquista que alguém pode almejar. Que os caminhos são sinuosos mesmo, e para enfrentá-los é preciso muita coragem e empenho. Mesmo a dor é necessária em momentos desse tipo. O sacrifício... Vejo em ti um coração pulsante, que cultiva a paz, o carinho; bate em ritmo de alegria, divide até mesmo a tristeza para não ver uma lágrima rolar. Um coração que sabe dar um abraço apertado, que traz segurança e esperança para um admirador que insiste em acreditar que há corações amantes no mundo. Este coração que invadiu o meu, e se instalou para sempre.


Querida mulher... frágil, delicada. Grandiosa. Apascentadora. Humilde em afeto, competente em semear a alegria. Objetiva em ser amor, acima de todas as coisas! Isso não representa nem um pouco da gratidão que devo a ti, Sil, por tudo o que você fez e está fazendo por mim. Pela escuta, o aconselhamento. Por você fazer parte da minha vida! Do seu amigo que te quer muito bem.


Eric

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Estranho





Já nos encontramos muitas vezes por aqui, lembro bem. Você, por vezes, se perdeu em mim, no desenho de meu corpo, aquecido pelo desejo, saciado pela paixão. Éramos atraídos pelo pecado, bem se sabia. Mas nos entregávamos.


Encontramo-nos algum tempo depois. Lábios unidos. Corpos entrelaçados, tendo batidas cardíacas extasiadas, em sincronia. Apavorei-me em alguns momentos, pois o oxigênio se tornava escasso e o seu calor me consumia.


Já tínhamos tornado-nos praxe um para o outro, como um caminho que percorríamos todos os dias. Todos os atalhos do prazer já tinham sido explorados, parte por parte. Cada vez mais vacilávamos em nossa inquietação, na chama que teimava em se fortificar mais e mais.


Chuvas vieram. Cinzas foram reveladas para nós. Vendavais distorceram todo a pavimentação que construímos. Tudo parecia, agora, tão feio, tão sujo. Soava estranho. Repelia-nos.


O sol surgira, então, e trouxera consigo novamente a luz, as cores do verão.
Mas algo realmente não habitava mais aquela paisagem elaborada por nós. Pior que isso, nada era igual. Tudo tornara-se desconhecido, estranho... sombrio. O nosso toque me causava vertigens, e um frio devastador corria por toda minha coluna. Estranhamente, sua boca ainda parecia ter o mesmo sabor irresistível, picante. Mas, agora, meu corpo já acostumara-se com tua ausência. Um estranho não me faz tão bem. Não quando você é o estranho. 

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Ânimo, é quarta!

E hoje é dia de...



Porque eu também sou filho de Deus e mereço um lazer, não?! Correr atrás de uma circunferência revestida de couro é o que tem para hoje!
E amanhã, exame teórico da habilitação! Desejem-me sorte.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O (odiado) jogo

Fica assim, então!
Cada um nutre-se do seu orgulho, e se fecha na impossibilidade de abrir mão da "razão". Afinal, este é o jogo, eleito como o melhor para agora. Cada um do seu lado, lado a lado. Combinado. Mantemos a pressão, sem motivo, por prazer, sem saber que, depois de um tempo, o cansaço chega...


Mais e mais... onde vamos chegar?
Esses conflitos tão banais, sem valor. Na verdade, custam. E muito! É custoso ter que pensar, e me odiar por ficar aqui, querendo te odiar.
Mas onde é mesmo que combinamos chegar, acima do céu? Sinto minhas asas quebradas, e não tenho nem mesmo um apoio seu.


Até quando? 

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Quando chove

É sempre assim, a chuva sempre me traz a angústia, o desespero. Não sou capaz de aguentar as trovoadas e os vendavais de meus anseios. E o que dizer, então, dos relâmpagos, que tornam evidentes todos os meus sentimentos, principalmente aqueles que eu menos tenho controle e mais tenho temor: são eles, exatamente, pontos centrais da minha fraqueza: você.


Você surge com a enxurrada, nítido, concreto e livre de qualquer gota de água… seco. Direto. Sua imagem age com destreza, atinge com precisão meu coração. Contorce minha alma, retirando todas as lágrimas ali acumuladas. Me faz pensar naquilo que eu deixei de fazer, nos planos que eu fiz. Traz à tona todas as minhas frustrações. Fere meu peito, pois nele há a saudade de te ter e te sentir. Te tocar.


Na chuva, eu te vejo, como uma miragem. Você está ali, presente e distante, e eu não posso te tocar. Não posso te beijar. Eu me iludo, dizendo pra mim mesmo que só isso já basta. Eu sei que não, mas eu insisto. O vidro da janela fica todo embaçado. Junto à ele está minha mão, estendida, implorando pela sua. Então começa a chover dentro de mim, uma tempestade de sentimentos nostálgicos…e melancólicos.


É por isso que eu odeio a chuva, ela só impõe você à mim. Ela tira a alegria dos dias, as cores tão vibrantes e carregadas. O que fica em seu lugar é a palidez do cinza. E o sentimento de falta. Falta de você aqui, de você em mim.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Selinho II



Seu blog é um amor: foi isso o que o Van, do "Ei! Vem cá", meu queridíssimo amigo sagitariano, que mora logo ali, disse. E eu até que acreditei, viu?! Não preciso nem dizer que fiquei muito honrado por tê-lo recebido, né?


Existem três regras para esse selinho, que são as seguintes:


1ª regra: Passar o selo para 10 blogs
Sem dúvidas, a parte mais trabalhosa. E a mais cool, também.
(Para quem não está na lista, não significa que também não seja um amor. Você nasceu do amor de duas pessoas, e o amor também te trouxe até aqui, e te fez estar aqui comigo. Portanto, todos somos uns amores! rs). Os indicados são:

OBS.: Eu quebrei a regra e indiquei apenas 7 blogs :/ Mas todos que sentirem o desejo de pegar o selo, sintam-se à vontade. Como eu já disse, todos somos uns amores!




2ª regra: Avisar aos 10 blogs indicados que receberam o selo
Estão todos devidamente avisados.


3ª regra: Falar 10 coisas sobre mim
Eis que são essas:
  • Adoro assistir videoclipes, principalmente aqueles com featurings, e chego até a gostar de músicas que não suportava antes de ver a arte visual;
  • Não levo jeito para a culinária, até meu miojo é uma catástrofe! Mas admiro muito quem possui o dom de preparar deliciosas guloseimas;
  • Sou desastrado e ansioso: é difícil eu comer algo sem derrubar ao menos um grão ou uma gota no chão;
  • Gosto de ficar reparando nas palavras, e chego a me apaixonar por algumas, sejam elas da língua portuguesa ou não (exemplos: enough, each, ocho, thought, edge, ahora, aire, ragazzo, balbuciar, frenesi, nostálgico);
  • Gosto de ouvir as pessoas e, por isso, dizem que sou observador. Apenas fico na minha, dou minha opinião quando acho necessário, e tiro de tudo sempre uma lição. Ah, claro... e evito entrar em intrigas, pois não disparo tudo o que vem à minha mente, de sopetão;
  • Eu como jiló;
  • Amo abraços apertados;
  • Minha cor predileta é vermelho;
  • Sou fanático por cabelos, principalmente por afagá-los;
  • E penso pelo menos umas 50 (ou 5, ou 500) vezes antes de fazer algo. Depois eu penso mais um pouco para ver qual a probabilidade disso dar certo. Logo após, se realmente quero fazer isso.
Agradeço muito ao Van por ter se lembrado de mim e me oferecido esse presente inestimável, minha primeira indicação - me sinto até importante! - e a todos que fazem parte dessa minha eterna descoberta que é a vida, e a vida no mundo dos blogs. E para você que está aqui lendo esse post ou que acompanha minha jornada, saiba que você também é um amor, e que o amor - e somente ele - nos une aqui. 

    domingo, 16 de janeiro de 2011

    Destruído



    Não queria isso, que meu castelo desmoronasse. Não dessa forma. Tanto zelo, tanto suor... não serviram de nada! Foi árdua a elaboração, o planejamento e a execução da obra. E uma única palavra conseguiu desestruturar tudo. Uma única palavra não dita, praticamente inexistente para mim. Extremamente necessária, mais que o oxigênio e menos que você.

    Eu vejo as paredes ali, no solo, despedaçadas como um quebra-cabeças, sem  uma conclusão. Talvez a única peça que faltasse não poderia ser encontrada, nem mesmo no mais secreto local. Eu sempre soube que só faltava eu mesmo, minha convicção, para que a arquitetura se finalizasse. O eu, perdido em ti, presente em nós. Ele, que se frustrou tantas vezes e que nunca deixou de pensar no amor.

    Queimou, ardeu em chamas. Este foi o seu fim. As lágrimas se evaporavam com a temperatura elevada, que fazia a alma gemer, implorar por socorro. Lembro muito bem, eu enxerguei aquela estrutura humana por trás da fumaça. Sorrindo. Lamentando. Arrependida por ter permitido o envolvimento. Com saudades do primeiro beijo, o mais doce. Pouco a pouco, a alma se transformava em cinzas e, como o tão bom amor, já não existia mais - não em sua forma natural.

    Era ali, na destruição da minha fortaleza, que surgia você, com sua simples existência. Ali, também, estava o eu-sem-mim, que se envolvia cada vez mais, e permitia... permitia toda a dor. Contestava tudo, mas não mudava nada. Ele, envolto em sua vulnerabilidade, que sorria e chorava. Te buscava. E se destruía, para poder se fazer perfeito para você. Perfeito o bastante para saber que tudo não passaria de ilusão.

    sábado, 15 de janeiro de 2011

    Não me olhe

    Eu já te disse, querida Lua, que não gostaria que você continuasse a me observar assim dessa forma, tão explícita. Não quero mais que me vigies, nem que fique se escondendo atrás das nuvens para eu não perceber-te.


    Amada Lua, não se canse mais, eu não te quero. Você já não me é necessária, eu sofri demais por ti. Inconstante, é isso que você é pra mim. Menos que eu, claro. Por isso, se tornou desinteressante. Vá, não olhe para trás. Não me olhe nem me queira, apenas vá.


    Não tente se renovar. Nem seu brilho pode me conquistar novamente. Adoro te ver assim, toda vermelha, parecendo machucada, sofrendo por mim. Ou será isso apenas um reflexo do sentimento que a distância entre nós me causa? Adoro, então, ver meu sangue deslizando por sua massa, em suas curvas circulares.


    Se um dias aprenderes a amar, promete que me ensinas? A única coisa que aprendi foi a sonhar: contigo, com meu outro amor e com nossas impossibilidades. Eu sou limitado, e você é assim, uma Lua toda, tão perfeita! Essa sua perfeição é que me cega, e te deixas insuportável, azeda. Siga em frente, sem um peso a mais para te impedir de ser amor e viver amor. 


    Já te disse, não quero que fique aí me espionando.
    Vá embora. E me leve contigo!
    Ou acabe com tudo...

    sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

    Lágrimas

    Explorar. A lágrima tem a missão de desvendar os caminhos de todo o rosto até chegar ao final de seu percurso, seja ele o chão, a roupa que paramenta aquele que a concebeu ou algum dedo que surge como pavimentador, ou mesmo consolador. Não importa se essa surge de motivos bons ou ruins: a definição de bom ou ruim pode ser muito subjetiva, levando em conta o momento, a pessoa… e a lágrima.

    Há momentos que elas caem, deslizam por nosso cútis sem motivos, simplesmente por instinto. Ou, por necessidade. Acreditei naquilo que disseram um dia, que elas tem o poder de purificar até a mais devastada das almas. Será verdade? Não sei! Minha mente já passou por dias muito turvos. As gotículas podem ter se diluído nesse momento, mas foram capaz de me libertar. Até a próxima vez que o rio dos meus anseios viesse a transbordar de novo, e o desespero me afligisse.

    Não venho aqui para falar de tristeza, muito menos de alegrias. Só quero dar às lágrimas seus tão merecidos méritos. Qual homem, até mesmo aquele que se diz o mais forte, nunca derramou uma só que seja, nem que fosse em seu nascimento? Elas nos acompanham desde o nosso surgir. Muitos a temem. Por que temer? Medo de se enfrentar? De se descobrir? Será o temor ao fracasso? À frustração? Ou à realização?

    E as lágrimas do mundo, quem é capaz de enxugá-las? Agora eu inverto a questão: quem é capaz de parar de ferir nosso berço natural? Qual o homem que consegue deixar de colocar-se à frente de todas as ações ou de todas as intenções? Quem é capaz de amar? Não falo do “amor-sentimento”, mas sim do “amor-ação”. É possível doar um pouquinho de si para preservar aquilo que é externo? Ou para preservar o outro? É mais fácil extorquir as lágrimas dos outros, não é?

    Me pergunto aqui, “E se as lágrimas fossem como o mel?” Doces, irresistíveis…Como seria a sensação de chorá-las? Seria possível resistir ao doce sabor da dor? Ou do amor, da paixão, da alegria, da tristeza, ou da agonia.

    Muitas vezes não conseguimos libertar-nos, expulsar as lágrimas que existem dentro de nós, esperando o momento certo para inundarem nossos olhos… e cair. E quando elas caem, somos nós que nos levantamos. E seguimos… O que acontece, então, com as lágrimas internas? Isso, aquelas que ficam ali, aprisionadas, decepcionadas por não aflorarem. Qual o seu efeito em nós? Quantas dessas será que o coração consegue armazenar? O meu coração já está doendo. Será um mau sinal?

    terça-feira, 4 de janeiro de 2011

    Wannabe Salander

    Lisbeth Salander: personagem de ficção criada pelo autor e jornalista sueco já falecido Stieg Larsson, da Trilogia Millennium - bestseller que já vendeu mais de 10 milhões de cópias pelo mundo e começou a fazer sucesso após a morte do autor.


    Lisbeth Salander (interpretada pela atriz Noomi Rapace)

    Sueca, nascida no dia 30 de abril de 1978, uma pálida e anoréxica, jovem, com cabelo curto e bagunçado, piercings no nariz e na sobrancelha. Tem uma tatuagem de vespa no pescoço, uma tatuagem de laço em volta do bíceps do braço esquerdo e outro no seu tornozelo esquerdo. Também possui uma grande tatuagem de um dragão que surge em seu ombro esquerdo e termina próximo a seu quadril.
    Filha de Agneta Salander Née Sjölander e irmão gêmea de Camila Salander, possui grande habilidades intelectuais, apesar de seu gênio um tanto quanto forte. É uma respeitada cracker, integrante da "Hacker Republic"; é conhecida como "Wasp" (vespa, apelido atribuido à ela por sua velocidade na prática do boxe) no meio dos Hackers. Trabalha para uma empresa de segurança da Suécia, fazendo investigações incríveis e que superam a expectativa de qualquer um que a vê.
    Juntamente com Mikael Blomkvist, jornalista e sócio da Revista Millennium, consegue descobrir vários segredos e desbancar muitas pessoas que fazem parte da "fatia podre" da Suécia, inclusive do meio policial.
    Depois de uma surra selvagem que deixou a mãe de Lisbeth com danos cerebrais permanentes, Lisbeth, aos 12 anos de idade, atacou seu pai, que estava em seu carro, jogando-lhe gasolina (que estava dentro de uma caixa de leite) e um fósforo aceso - assim, um coquetel Molotov, na fuça do porco do pai dela! Isso com 12 anos!
    Devido a isso, seu pai providencia uma maneira de interná-la em uma clínica psiquiátrica de Uppsala, na Suécia. Enquanto estava lá, foi colocada sob vigilância direta do psicólogo principal, Dr. Peter Teleborian, um pedófilo que a manteve pressa por dois anos por conta de seu desejo sexual reprimido por ela.
    Após um tempo, foi colocada sob a tutela de Holger Palmgren, um advogado, que a tinha como uma filha. Ele, porém, sofreu um derrame e foi considerado incapaz para manter-se como seu tutor, então, foi sucedido por Nils Bjurman.
    Bjurman se revela um sádico que a obriga a fazer sexo oral em troca de seu próprio dinheiro - que é controlado por ele - para qualquer coisa que seja. Ele acabou estuprando-a, sem saber que ela estava com uma câmera escondida. Ela cobra sua vingança por esse estupro dias depois, por amarrá-lo, e torturando-com um objeto - assim como ele fez com ela -, e fazendo uma tatuagem em sua barriga que diz "sou um porco sádico, um pervertido e estuprador" (I am a sadistic pig, a pervert and a rapist). Forçou-o a assistir a fita que ela gravara dias antes e ameaçou divulgar uma cópia aos tribunais, e a imprensa, caso ele não a deixasse tomar conta do próprio dinheiro, ou caso algo acontecesse a ela. 
    Ela chega a odiar os homens, em certos casos. 


    Bom, eu sou gêmeo; tenho uma memória quase que fotográfica - acho que ainda é de uma câmera analógica; ainda não tenho um dragão tatuado, mas pretendo ter um dia; tenho apenas um piercing na orelha direita; adoro informática, mesmo não sendo um hacker. Será que eu posso tentar ser um Eric Salander? Nem que seja uns 25%, já é de bom tamanho para mim!


    Referências: Wikipédia e Google Images

    segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

    Protegida

    Certa noite, tu dissestes que eu sou teu anjo.
    Não tenho asas, muito menos auréola.
    Tenho cachos, apesar de não serem loiros e macios.
    Também choro, principalmente quando te vejo triste.
    Erro como um humano, afinal, também sou um.

    Meus pés também se cansam em função da caminhada.
    Porém, meus braços nunca deixarão de te segurar.
    E todos os meus dedos sempre recolherão cada lágrima que ousar trilhar teu rosto.
    Minha mão sempre estará apontada em sua direção, quando precisares levantar.

    O teu sorriso é a fonte de energia para minha alma.
    Sua aflição torna-se sempre a minha, também.
    Se me recordo de algum momento de alegria, você está nele.
    E se me desespero e perco meu chão, lembro que tenho a ti e que preciso ser o teu alicerce.

    Eu posso errar.
    Posso falhar.
    Você pode desanimar.
    Mas eu nunca te deixarei desistir, 
    e você me fará lutar por tudo não desistindo.

    Não importa o que os outros pensam sobre você, tampouco o que dizem de mim.
    Aquilo que somos ou não, só cabe à nós saber. 
    E o que mais importa é que temos o mesmo compromisso para a vida: a nossa felicidade.

    Portanto, não chores mais.
    Não fique guardando pra ti aquilo que só te corrói.
    Pelo contrário, aja de uma forma que você possa se fortalecer em suas fraquezas, em suas aflições. 
    Se for preciso, grite! E se isso não for o bastante, chore: isso te libertará.
    E não tenha dúvida que, toda noite, estarei ali, guardando teu sono.
    Estarei fazendo minhas preces por ti, pois sou teu anjo, e você, minha eterna protegida.